As transmissões foram feitas na instituição, seguindo recomendações de segurança do Ministério da Saúde

O Hospital das Clínicas Doutor Mário Ribeiro, reconhecido por realizar assistência humanizada aos pacientes e utilizar a tecnologia a favor da promoção da saúde, concretizou, na manhã deste sábado, 18 de abril, um projeto de humanização que visa a segurança e, ao mesmo tempo, possibilita que pacientes internados na Unidade de terapia intensiva – UTI, receba visitas de seus familiares por meio de videoconferência.

O projeto foi idealizado pela equipe médica da UTI e assistência social, e apoiado pela Comissão de Ações COVID-19 e diretoria assistencial e administrativa. E, para colocar a ideia em prática, contou com a equipe da Tecnologia de Informação – TI. A videoconferência foi transmitida dentro da instituição, em que familiares, em sala reservada, puderam ver os pacientes, conversar (com os que apresentavam quadro de lucidez) e tirar dúvidas com o profissional médico sobre o tratamento adotado para cada paciente.

O HCMR optou pela transmissão no próprio espaço do hospital para garantir que os pacientes e familiares não fossem expostos ou que seus dados não fossem recolhidos, já que a conexão da instituição utiliza sistema privado. Apesar disso, todas as técnicas de segurança recomendadas pelo Ministério da Saúde foram rigidamente seguidas.

Dr. Renato Oliveira, médico que coordena a UTI do Hospital das Clínicas, ressaltou sobre a iniciativa. “Hoje, o HCMR inovou o formato de visitas, com o auxílio da videoconferência. Em momentos oportunos, essas visitas eram feitas fisicamente durante uma ou duas vezes ao dia. Porém, no momento da pandemia em que estamos vivenciando e, principalmente, respeitando as normas do Ministério da Saúde, junto à equipe de vigilância e Centro de Controle de Infecção Hospitalar – CCIH, nós tivemos a oportunidade de discutir e avaliar a metodologia que pudesse ser adequada ao momento e permitisse também que as famílias pudessem participar dos cuidados dos seus entes que estão institucionalizados”. E completa: “Então, optamos em fazer a videoconferência, da qual o profissional médico está dentro da UTI e a família, em uma sala na instituição. E, apesar de não ter o contato direto com o paciente, esse familiar consegue satisfazer suas ansiedades”, explica o médico.

Experiência

Valdete Ferreira da Silva é filha de uma paciente da UTI. Ela participou da videoconferência e destacou a emoção em matar a saudade da mãe. “Foi uma ótima experiência, pois, irá completar um mês que minha mãe está internada e, devido a pandemia, não podemos acompanhá-la. Por mais que ela não consiga falar, só de conseguir vê-la, nos deixa muito felizes”, diz Valdete.

A assistente social do HCMR, Elquia Prado acompanhou os familiares durante a transmissão. Ela fala sobre a relevância da humanização no tratamento do paciente. “O Hospital das Clínicas, sempre pensando na humanização do paciente e família, compreendeu a necessidade e angústia dos familiares em ter notícias de seus parentes internados, uma vez que não estão permitidas visitas físicas. Então, a equipe médica e o serviço social idealizou uma videoconferência. Nesse formato, o médico passa o boletim e esclarece dúvidas”. E conclui: “É, também, uma garantia do direito do paciente. Neste momento, precisamos garantir esse direito e, ao mesmo tempo, atender as recomendações de isolamento social. Assim, nós estamos utilizando, com o apoio do TI, a transmissão via vídeo, em que a família está em uma sala reservada e o médico com o paciente na área isolada”, explicou Elquia.

Expectativa

O projeto gerou bastante expectativa, tanto para equipe profissional quanto para os familiares. Dr. Renato falou sobre o resultado da experiência. “Percebemos que foi proveitoso e permitiu que a família pudesse compartilhar o momento da internação dos seus entes. Os pacientes que estão em estado de lucidez tiveram a oportunidade de visualizar os seus familiares e tirar um pouco da angústia que estão passando. Com o resultado, percebemos a grande importância de manter a humanização desses pacientes institucionalizados e, principalmente, dando uma resposta satisfatória para a família que se encontra angustiada, não somente nessa, mas em outras instituições”, declarou o médico.

Filha de um dos pacientes, Renata Beatriz Rocha Froes falou sobre a experiência que teve, após dias sem poder ver o pai. “Foi uma experiência positiva, bastante válida, pois conseguimos diminuir um pouco a ansiedade, saber como meu pai está sendo tratado e sua reação ao tratamento. Também, matamos um pouco a saudade. Tem um bom tempo que ele está internado e, pelo fato de estar entubado, ele não consegue conversar. Então, deu para ver a condição do tratamento e sentir segurança quanto à equipe multidisciplinar que está cuidando dele”. E finalizou, ao falar sobre o resultado do projeto. “É uma iniciativa positiva, pois na situação de isolamento, eu não vejo outra alternativa, que garanta a segurança do paciente e dos familiares que os visitam. Temos que usar a tecnologia ao nosso favor e cada vez mais tratar esse contato de uma forma positiva”, concluiu Renata.

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